O Estado de Mato Grosso do Sul passou a contar com novos espaços para melhorar o acolhimento às mulheres em situação de violência doméstica e familiar. Após a pactuação de termo de cooperação com o Instituto Avon, no último dia 10 de dezembro, os municípios de Campo Grande, Dourados e Ponta Porã já podem fazer uso do serviço de abrigamento temporário e gratuito das vítimas e seus dependentes, por um período de até 15 dias.
O “Programa Acolhe” é uma iniciativa do Instituto Avon e da rede Accor, com o apoio do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), com objetivo de mitigar o impacto da epidemia silenciosa de violência doméstica que recaiu sobre a vida das mulheres neste momento de pandemia da COVID-19, provendo meios de reinseri-las profissionalmente e aprimorando a execução dos serviços públicos de abrigamento e proteção.
A reunião de validação da parceria com o município de Ponta Porã ocorreu no dia 10, em Dourados no dia 14 e em Campo Grande na data de hoje, 15 de dezembro, de forma virtual com representantes da Casa da Mulher Brasileira e da Defensoria Pública. A partir de então, as mulheres já poderão ser encaminhadas ao serviço de hospedagem, que ocorrerá com a intermediação do instituto Bem Querer Mulher, de São Paulo.
“Com o Projeto Acolhe, a Accor dá mais um passo nessa luta, desta vez em parceria com o Instituto Avon, abrindo seus hotéis para acolher mulheres em situação de violência doméstica e seus filhos. O acolhimento vai além da hospedagem e alimentação, oferecendo também equipamentos e cursos voltados à autoestima, educação financeira, inteligência emocional e oportunidades de trabalho no segmento turístico e hoteleiro. Eles serão proporcionados pela Accor Académie, universidade corporativa da Accor, que fornecerá acesso à sua plataforma de ensino”, explica Magda Kiehl, vice-presidente sênior de Jurídico, Riscos e Compliance Accor América do Sul e líder do Riise – Programa Mundial de Diversidade de Gênero da Accor.
“O enfrentamento à violência contra mulheres e meninas requer esforços multissetoriais e ações integradas. Assim, o papel da iniciativa privada é fundamental para mitigar de maneira rápida e efetiva as consequências de uma epidemia silenciosa e complexa que cresce de maneira alarmante com iniciativas que contemplem todas as assistências da rede de proteção, em especial os abrigos que garantem a integridade física das sobreviventes”, acrescenta Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon.
A Subsecretária de Estado de Políticas Públicas para Mulheres, Luciana Azambuja, esteve em reunião com os órgãos da rede de atendimento às mulheres em situação de violência dos municípios de Dourados, Ponta Porã e Campo Grande, alinhando com as Prefeituras Municipais (por meio do CAM e do CREAS), Polícia Civil (DAM) e Defensoria Pública, o fluxo de encaminhamento. “Em Dourados, o Centro de Atendimento à Mulher (CAM Viva Mulher), a Delegacia de Atendimento à Mulher e a Defensoria Pública serão as “portas de entrada” da mulher no abrigamento e, em Ponta Porã, o CREAS e a Defensoria Pública vão atuar no atendimento e encaminhamento do pedido de hospedagem. Em Campo Grande, a Defensoria Pública e a Casa da Mulher Brasileira serão os dois pontos focais para o acolhimento das mulheres e ingresso no programa.
“O Programa Acolhe vem suprir uma grande lacuna na rede de atendimento às mulheres em situação de violência nos municípios, oportunizando às vítimas que sejam abrigadas temporariamente, por um período adequado para que reorganizem sua vida, retomem contato com a família ou com a rede de apoio, deem entrada nos processos necessários; enfim, um tempo para que possa, com calma, pensar sobre os próximos passos a serem adotados, tudo com segurança, apoio psicossocial e jurídico, o que amplia e fortalece a rede, ao tempo em que beneficia as mulheres, protegendo-as e empoderando-as. Nossa equipe preparou um protocolo para cada município e estaremos à disposição para contribuir sempre que necessário, reforçando o papel dos organismos de políticas para mulheres na articulação da rede e fortalecimento das políticas públicas de enfrentamento à violência contra mulheres”, resume a subsecretária Luciana.
Publicado por: Jaqueline