SEJA PROTAGONISTA DA SUA VIDA, DAS SUAS VONTADES, DAS SUAS ESCOLHAS!
Essa é a nossa mensagem para todas as mulheres em situação de violência!
Viver sem violência é um direito. A mulher que se encontra na situação de violência precisa saber que não está sozinha e que, como se trata de um problema social, existem leis e políticas públicas para protegê-la.
Procurar informações e buscar apoio são os primeiros passos para sair da situação de violência.
Romper com a violência é uma decisão difícil, mas é importante pedir ajuda – e quanto antes melhor, uma vez que a tendência dos episódios de agressão é de agravamento.
A Lei Maria da Penha é uma lei que protege as mulheres e que pune homens (e mulheres) autores/as de violência e as medidas protetivas são ferramentas que podem salvar vidas. Por isso, é importante que a mulher em situação de violência não tenha vergonha, não tenha medo, não se sinta sozinha.
"PROGRAMA RECOMEÇAR"
Empoderamento & Empreendedorismo
A violência doméstica e familiar atinge mulheres de todas as idades, de diversas classes sociais, raças, credos, níveis educacionais, profissões. Atinge mulheres urbanas e rurais – e tem impacto negativo nas crianças e adolescentes, que estão nesse ambiente abusivo. A violência contra a mulher, portanto, atinge toda a família.
Pensando em ações efetivas que façam a diferença da vida das mulheres e ofereçam novas oportunidades e despertem nas mulheres a possibilidade de retomar as rédeas de sua vida, a SPPM lançou o Programa RECOMEÇAR – reforçando a mensagem de apoio às mulheres em situação de violência em tempos de pandemia, pois ao mesmo tempo em que estão cumprindo as regras de isolamento e distanciamento social, podem estar em verdadeiros cativeiros, afastadas da família, dos amigos, da rede de apoio, ainda mais vulneráveis e sujeitas ao controle do agressor.
Avançar em passos mais largos e despertar nas mulheres em situação de violência a possibilidade de recomeço de vida, com resgate da autoestima, qualificação profissional, inclusão no mercado de trabalho e geração de renda, pode contribuir para a autonomia econômica e social da mulher, o que é uma das principais portas de saída do ciclo da violência, além de desenvolver competências sócio-emocionais e empreendedoras, por meio do empoderamento feminino de mulheres que queiram iniciar ou aperfeiçoar o seu negócio, são os nossos objetivos com o RECOMEÇAR.
Em razão da pandemia de COVID-19, as palestras, cursos e oficinas serão todos em ambientes virtuais, capacitando pequenos grupos para que se tornem multiplicadoras de conhecimento e possam assim formar uma grande rede de mulheres protagonistas de suas histórias.
O Programa RECOMEÇAR foi lançado em agosto/2020, como atividade da campanha Agosto Lilás. Em parceria com o Instituto Rede Mulher Empreendedora, uma organização da sociedade civil de apoio a projetos de empreendedorismo feminino e que tem apoio do Google para capacitação de mulheres, com objetivo de oferecer independência financeira e poder de decisão sobre seus negócios e vidas, estão sendo realizadas as oficinas “Ela Pode”, abordando temas importantes para os desafios mais comuns na área do empreendedorismo e empregabilidade, tais como: comunicação, liderança, negociação, finanças, networking, marca pessoal, ferramentas digitais, inovação, e-commerce, etc.
Em parceria com o SEBRAE/MS serão desenvolvidas outras oficinas e ainda, considerando o período de pandemia, onde a tecnologia tornou-se aliada das atividades que não podem mais serem presenciais, realizarmos lives com mulheres empreendedoras, que falem sobre empoderamento e liderança e mostrem suas histórias de sucesso, para que outras mulheres enxerguem em si a capacidade e a possibilidade de transformarem as suas próprias vidas.
O Programa “Recomeçar” em parceria com o Instituto Rede Mulher Empreendedora, capacitou aproximadamente 550 mulheres nas oficinas “Ela Pode”, no ano de 2020.
Programa RECOMEÇAR
Seja protagonista da sua vida.
Sempre é possível escrever uma nova história!
* 10 INFORMAÇÕES QUE PODEM EVITAR EQUÍVOCOS FREQUENTES:
1) A Lei Maria da Penha define cinco formas de violência doméstica e familiar e não pressupõe que só há violência quando a agressão deixa marcas físicas evidentes. Reconhecer a violência psicológica e não subestimar o risco por trás de uma ameaça podem prevenir violências mais graves.
2) Na maioria dos casos, diferentes formas de violência acontecem de modo combinado. É preciso compreender que a violência física é só mais um traço de um contexto muito mais global de violência, que inclui também humilhações, críticas e exposição pública intimidade (violência moral), ameaças, intimidações, cerceamento da liberdade de ir e vir, controle dos passos da mulher (violência psicológica), forçar a ter relações sexuais ou a restrição da autodeterminação da mulher quando se trata de decidir quando engravidar ou levar adiante ou não uma gravidez (violência sexual). É fundamental também entender que a tendência, na violência doméstica, é que os episódios de agressões se repitam e fiquem mais graves.
3) É importante compreender que não existem padrões e perfis de vítima ou agressor: a violência doméstica contra mulheres cometida pelo parceiro, atual ou ex, é a mais comum, mas não é a única. E, embora apareçam como maioria nas pesquisas, os agressores não são apenas homens.
4) O uso de álcool, drogas ou o ciúme não são causas e não servem como justificativa para violências. São apenas fatores que podem contribuir para a eclosão do episódio de violência, e muitas vezes são usados como desculpa.
5) A culpa não é dá vítima: ninguém deve ser responsabilizado pela violência que sofreu.
6) A violência na relação íntima tem uma dinâmica complexa que coloca inúmeras dificuldades para o rompimento, como a desestruturação do cotidiano e até mesmo o risco de morte para a mulher. Por isso, é importante não julgar a mulher, nem demonstrar impaciência quando ela nega a agressão ou denuncia e depois volta atrás.
7) A mulher não está sozinha: embora ela tenha que ser a protagonista na superação do ciclo da violência, leis nacionais e tratados internacionais definem que é responsabilidade do Estado acolher e oferecer suporte para a mulher. A empresa em que ela trabalha também tem responsabilidades nesse sentido: se uma mulher está em situação de violência, por lei, ela tem garantia do emprego.
8) Toda mulher pode sofrer violência doméstica e familiar, independentemente de classe, idade, nível educacional. A Lei Maria da Penha reconhece justamente que os papéis de gênero construídos histórica e socialmente tornam as mulheres mais expostas a certos tipos de violência, como a doméstica e a sexual.
9) Nesse sentido, as varas e juizados especializados em violência doméstica podem e devem aplicar outras legislações protetivas, como o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Estatuto do Idoso.
10) Não há desigualdade em leis protetivas, pelo contrário: é exatamente para superar a lacuna entre os direitos previstos e a vivência de determinados sujeitos que surgem leis protetivas.
Sugerimos a leitura do Dossiê “Violência Doméstica e Familiar”, da Agência Patrícia Galvão, de onde foi extraído o texto acima: https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia/violencias/violencia-domestica-e-familiar-contra-as-mulheres/
Importante ter presente outras questões permeiam a vida da mulher em situação de violência – mas é preciso repetir que não há um perfil de vítima: mulheres de diferentes idades, classes sociais, níveis educacionais, raças, profissões, religiões, culturas e vivências distintas são vítimas, diariamente – e para todas essas, nós repetimos: a culpa não é da vítima! Não tenha vergonha, você não está sozinha!
QUAL O PERFIL DO AGRESSOR?
Identificar um agressor de violência doméstica não é tarefa simples. Segundo a delegada da Mulher de Duque de Caxias-RJ, Fernanda Fernandes, “o agressor de violência doméstica é o cidadão comum, uma pessoa que trabalha, tem uma vida social, é primário e de bons antecedentes; desta forma, o agressor pode ser motorista de ônibus, empresário, engenheiro, fazendeiro, lojista, policial, religioso, de diferentes classes sociais, profissões e credo religioso”. A violência doméstica está na sociedade, na cultura machista e patriarcal que tem a mulher como posse, como objeto. Não se tem um perfil pré-definido de agressor. E no início do relacionamento, o agressor é gentil, amoroso, atencioso. Não há como “prever” que o relacionamento será abusivo e violento. Por isso a dificuldade das mulheres se perceberem como vítimas.
COMO É POSSÍVEL CONSTATAR O COMPORTAMENTO DE UM AGRESSOR EM CASA?
Na maioria das vezes, o agressor apresenta comportamento ambíguo. No espaço de trabalho e nas relações sociais pode se apresentar como sendo equilibrado, educado, paciente, enquanto que na relação com sua companheira pode ser possessivo, violento, disfarçando e confundindo, assim, a vítima. Quando tem ciúmes alega que é excesso de cuidado. Outra forma comum é fazer a mulher acreditar que não é inteligente, atraente, bonita ou capaz. Há ainda a insistência do agressor em transferir a culpa da motivação da violência para a própria vítima, fazendo-a crer que tudo que dá errado em sua vida é de sua responsabilidade. Quando sente que a relação pode estar ameaçada, intercala as situações de crueldade com comportamentos de aproximação e afeto. Então, mais uma vez, a mulher pode se sentir sozinha, desamparada, confusa. Pode ter vergonha de suas atitudes, até dos seus pensamentos! E por mais difícil que possa parecer, esse é o momento de abrir os olhos, de prestar atenção no comportamento daquele homem que não é mais o príncipe do início do namoro. Lembre-se que os relacionamentos abusivos terminam ou com um ponto final na relação, ou com uma grave agressão que pode até causar a morte. Tenha coragem de lutar por sua vida e pelas suas escolhas.
QUAIS OS RISCOS DE UMA RELAÇÃO ABUSIVA NO AMBIENTE DOMÉSTICO?
Nem todas as mulheres conseguem enxergar que estão sendo vítimas de relação abusiva. Muitas negam para si mesmas essa constatação, pois ainda não estão preparadas para enfrentá-la. Quando uma mulher sofre violência de alguém que confia, sente responsável por aquilo que acontece com ela e se culpa pela atitude violenta tomada por alguém que ela ama. Com a frequência dos tipos de violência, a mulher perde seu amor próprio e sua autoestima, achando-se a pior mulher do mundo e que ninguém seria capaz de gostar de uma pessoa como ela. E, ainda, que seu companheiro faz uma caridade ficando ao seu lado. Deste modo, se esforça na tentativa para agradá-lo, sentindo, inclusive, medo de ser abandonada por não se achar merecedora do amor e do cuidado do seu companheiro. É comum a mulher vítima de violência doméstica se anular, esconder a situação de opressão em que vive por medo de retaliação do marido, vergonha dos familiares e amigos, temendo o fim do seu casamento, com o qual tanto sonhou e desejou. Muitas mulheres acreditam que seus companheiros podem mudar e acabam se sujeitando a uma relação abusiva, que pode se agravar, chegando até mesmo ao extremo de pôr em risco a própria vida.
A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA PODE AFETAR A SAÚDE DA PESSOA?
A violência doméstica pode causar diversos traumas que afetam de forma muito cruel a saúde da mulher, seu equilíbrio emocional, sua concentração, sua memória, suas relações interpessoais, inclusive, com familiares e até mesmo com filhos/as. As reações mais frequentes são: insônia, pesadelos, preocupações exageradas, ansiedade, depressão, pânico, enjôos, dores de estômago e dores de cabeça, tonturas, tremores, isolamento social, entre outros. O sono é uma necessidade do organismo, dormir bem faz parte do saudável desenvolvimento do ser humano – e a privação do sono traz consequências terríveis para o equilíbrio emocional, sendo uma das maiores e mais recorrentes queixas das mulheres em situação de violência. Faça a violência parar, só depende de você. E lembre-se que a violência que você sofre, afeta a família inteira – especialmente e principalmente, os filhos e filhas, que apesar da idade, podem desenvolver traumas emocionais presenciando a violência e convivendo num ambiente violento. Faça a violência parar, por você, mas também pelos seus filhos!
O QUE PODE CONTRIBUIR PARA SUPERAR O TRAUMA DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA?
A terapia com acompanhamento de psicólogas especializadas no atendimento a mulheres vítimas de violência doméstica pode contribuir para superação de um evento traumático. As mulheres que melhor lidam com traumas da violência são as que atribuem significados mais positivos a esses eventos, como se fosse um auxílio ao crescimento pessoal e superação pessoal. Depois de uma experiência de violência, algumas mulheres acabam se vitimizando e se isolando, e a terapia pode apontar novos caminhos e perspectivas de vida que, normalmente, as pessoas não conseguem encontrar sem uma ajuda profissional. Falar sobre os traumas ajuda a vencê-los, ainda que não consiga expressar os próprios sentimentos e memórias de maneira adequada, é importante encontrar espaço para dividir suas angústias e necessidades, com quem sinta confiança e segurança.
QUAIS FATORES IMPEDEM A SUPERAÇÃO DE UM TRAUMA?
Não há nada que impeça a superação de um trauma, mas alguns obstáculos podem dificultar esse processo de voltar a vida ao normal. Há uma atitude fundamental que ajuda a recuperar a autoestima e ressignificar esse momento: falar sobre ele. Muitas vítimas de violências domésticas procuram apoio profissional, literatura, apoio de amigos, enquanto outras enfatizam o silêncio, o isolamento, o colapso e/ou a vitimização. Especialmente o silêncio pode impedir a superação do trauma. O silêncio nunca ajuda a vítima, mas é um grande aliado do agressor. Pense nisso.
COMO RECUPERAR A AUTOESTIMA APÓS PASSAR POR UMA SITUAÇÃO COMO ESSA?
Se você já conseguiu romper com um relacionamento abusivo, o melhor que pode fazer é livrar-se de todo e qualquer sentimento de culpa. Não se puna nem se inferiorize pelo ocorrido, pois esse modelo de relacionamento é herança de uma sociedade machista que subjuga e menospreza a mulher. A superação de toda dor se dará a partir do reconhecimento de que você é capaz de reconstruir os caminhos da sua vida, de refazer projetos e voltar a sonhar. Saiba que o fim do relacionamento abusivo pode ser o começo de uma nova vida para você. Corra atrás de sua felicidade. Seja protagonista da sua vida, das suas escolhas, das suas vontades!
ONDE ENCONTRAR APOIO PSICOLÓGICO GRATUITO E SIGILOSO?
Em Campo Grande, o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) atende, gratuitamente e de forma sigilosa, mulheres em situação de violência doméstica. Ligue e peça mais informações: 0800-67-1236.
No interior do Estado, procure se na sua cidade existe em CAM/CRAM ou vá até um CRAS ou CREAS, onde poderá solicitar orientação psicossocial.
CONHEÇA A HISTÓRIA DA BRUNA, uma sobrevivente, uma mulher que superou a violência se tornou protagonista da sua própria vida:
Acesse no youtube #NaPeleDelas e conheça outras histórias de superação e empoderamento de mulheres - uma campanha do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul.
DICAS DE LEITURA
Violência doméstica: como superar o trauma e recuperar a autoestima. https://revistaglamour.globo.com/Lifestyle/noticia/2017/12/violencia-domestica-como-superar-o-trauma-e-recuperar-autoestima.html
Violência doméstica: essas mulheres sobreviveram, mas com graves sequelas. https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2019/01/16/violencia-domestica-elas-sobreviveram-mas-ficaram-com-grandes-sequelas.htm
Sobrevivi a meu marido, e agora? Como a violência doméstica marca mulheres para o resto da vida. https://www.bbc.com/portuguese/brasil-50543503
Agressão doméstica: a volta por cima após situação de violência. https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/agress%C3%A3o-dom%C3%A9stica-a-volta-por-cima-ap%C3%B3s-situa%C3%A7%C3%A3o-de-viol%C3%AAncia-1.436222
Saiba como agir e superar traumas da violência doméstica.
https://noticias.cancaonova.com/brasil/saiba-como-agir-e-superar-traumas-da-violencia-domestica/
Mulheres encontram no esporte força para superar a violência doméstica.
https://www.webrun.com.br/mulheres-esporte-violencia-domestica/
Superando a violência por meio da leitura e convivência.
https://jornaldebrasilia.com.br/cidades/superando-a-violencia-por-meio-da-leitura-e-convivencia/
Vítimas de violência doméstica contam superaram anos de traumas sofridos
https://www.acritica.com/channels/cotidiano/news/vitimas-de-violencia-domestica-contam-como-superaram-anos-de-traumas