Nesta terça (15) e quarta-feira (16), mulheres de todo o Brasil se mobilizam para marchar até a Esplanada do Ministério na 7ª edição da Marcha das Margaridas. Coordenada pela Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), federações e sindicatos filiados e 16 organizações parceiras, a marcha leva o nome “Margaridas” em uma homenagem a Margarida Alves, uma mulher que dedicou sua vida à luta pelos direitos das mulheres do campo. Ela foi assassinada, mas seu legado vive através da marcha. O evento ocorre a cada quatro anos, e este ano o tema é “pela reconstrução do Brasil e pelo bem viver”.
Representando Mato Grosso do Sul, 90 mulheres estão em Brasília para levar diversas pautas, como meio ambiente, empreendedorismo feminino, economia solidária, violência contra a mulher, produção agrícola familiar e saúde.
Para a Subsecretária de Estado de Políticas Públicas para as Mulheres, Cristiane Sant´Anna, a Marcha das Margaridas é importante por tratar de temas que abordam mulheres. “É um movimento extremamente forte, poderoso, articulado no Brasil todo e com representações internacionais que fazem a observação de todo esse movimento para aprender, porque elas falam de variados temas importantes.” frisa.
Para a Secretária de Mulheres da Fetagri MS (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Mato Grosso do Sul), a ação tem reivindicações específicas das mulheres e questões de interesse geral da categoria de trabalhadoras rurais fazem parte do cenário da manifestação.
“Algumas de nossas necessidades foram assistidas pelo governo como a Casa da Mulher Brasileira”. A participação de cada uma em Brasília é de suma importância, pois a nossa voz é a nossa força. Como diz Margarida: ‘É melhor morrer lutando, do que morrer de fome’”, relata.
O movimento não se limita mais apenas às mulheres do campo, mas conta com a participação de mulheres sindicalistas, de movimentos sociais e diversos segmentos, incluindo as que vivem nas cidades.
Ao longo de sete edições, a Marcha das Margaridas conseguiu influenciar políticas públicas nos governos federal, estaduais e municipais, visando melhorar a vida das mulheres. O movimento se pauta dentro dos seguintes eixos políticos:
- Democracia participativa e soberania popular;
- Poder e participação política das mulheres;
- Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo;
- Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade;
- Proteção da natureza com justiça ambiental e climática;
- Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética;
- Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios – que são territórios e comunidades influenciados pela maré;
- Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns;
- Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional;
- Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda;
- Saúde, Previdência e Assistência Social pública, universal e solidária;
- Educação pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo;
- Universalização do acesso à internet e inclusão digital.
Entidades que representarão MS
1.Marcha Mundial de Mulheres
2. Federação dos Trabalhadores Rurais
3.Central Única dos Trabalhadores
4. Movimento de Mulheres Camponesas
5. UNEGRO
6. Rede de Mulheres Ribeirinhas
7. Movimento de Luta por Moradia
8. Mulheres indígenas e Quilombolas
Confira a programação completa aqui
Bel Manvailer, Setescc
Foto: Marcelo Camargo, Agência Brasil
Publicado por: Jaqueline