Em encontro realizado por meio da Secretaria de Cidadania e Cultura (Secic), a Subsecretaria de Políticas Públicas para Mulheres e para a População Indígena, debateu a ampliação do fórum de mulheres indígenas para os municípios de Dourados, Sidrolândia, Miranda e Campo Grande. A organização é importante para dialogar e sistematizar políticas públicas básicas para as mulheres indígenas, além de proporcionar o protagonismo da mulher indígena sul-mato-grossense.
O fórum de mulheres foi constituído na reserva indígena de Dourados no mês de fevereiro, e agora a proposta é fazer uma apresentação desse modelo de fórum, como um canal permanente de diálogo entre as comunidades indígenas e o governo do Estado. A fim de ouvir as lideranças indígenas das aldeias de Sidrolândia e Miranda que foram convidadas para o evento e também algumas aldeias urbanas de Campo Grande.
A subsecretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Luciana Azambuja, explica sobre a criação do fórum. “Como o projeto piloto de Dourados está funcionando bem, estamos conseguindo facilidade de diálogo com as mulheres indígenas da Jaguapiru, Bororó, e Panambizinho, queremos estender para outros municípios do Estado. Uma vez constituído o fórum vamos fazer um diagnóstico da situação dessas mulheres nas comunidades, e o que elas podem demandar do governo do Estado, que seja da pauta das mulheres e que tenha atuação da subsecretaria indígena.”
Para a cacique da Aldeia Tereré em Sidrolândia, Ana Batista, a comunidade tem avançado em relação à pauta feminina. “Hoje a minha comunidade está conseguindo ganhar territórios, é maior do que todas do município de Sidrolândia. Para nós mulheres não é fácil a luta, é uma luta antiga, por nossos direitos e o nosso lugar. A questão da violência doméstica tem diminuído bastante na nossa comunidade, porque eu encorajo as mulheres a tomarem atitude, a não ficarem quietas. Em Sidrolândia, nós temos a prefeita mulher, presidente da câmara mulher, temos a delegada, a cidade toda é organizada por mulheres”.
Segundo o subsecretário de Políticas Públicas para a População Indígena, Fernando Souza, as duas pastas caminham juntas, pois não tem como fazer políticas públicas para indígenas sem pensar nas mulheres. “Nós precisamos mostrar que a mulher indígena é forte, tem direito a voz, a se pronunciar, direito a falar onde está a sua dor, seja no âmbito do município ou do Estado. A fim de que nós enquanto governo, possamos atender minimamente os interesses individuais e coletivos das mulheres indígenas. Que juntos possamos proporcionar o protagonismo à mulher indígena, reunir essas mulheres que representam as indígenas sul-mato-grossenses.”
Texto: Bel Manvailer - estagiária com supervisão de Jaqueline Hahn Tente - Secic
Publicado por: Jaqueline