A Rede Global Women’s Democracy Network está presente em 80 países e vem realizando anualmente a Campanha 10 dias de Ativismo pelo Fim da Violência de Gênero.
Seus parceiros locais incluem 14 capítulos de países na África, Ásia, Eurásia, Europa, América Latina e Oriente Médio e ainda duas redes regionais - Instituto de Liderança das Mulheres Árabes (AWLI) e WDN América Latina Caribe (WDN-LAC).
A WDN Brasil é um dos 5 capítulos da Rede WDN na América Latina e Caribe e aderiu com muito entusiasmo à campanha.
Porque conduzir a Campanha no Brasil?
- No estudo multipaíses da OMS (Estudio multipaís sobre salud de la mujer y violencia doméstica contra la mujer),cerca de 30% das mulheres brasileiras afirmaram que foram vítimas tanto de violência física quanto sexual cometida pelo parceiro.
- 5 mulheres são espancadas a cada 2 minutos e o companheiro ou ex é o responsável por mais de 80% dos casos reportados, segundo a pesquisa Mulheres Brasileiras nos Espaços Público e Privado(FPA/Sesc, 2010).
- Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, ocorreram pelo menos 119 feminicídios nos últimos 6 anos no DF, deixando órfãos 135 crianças e adolescentes.
Alarmante o fato de que no primeiro semestre de 2021, 16 mulheres foram mortas no DF!
Sabemos que não se trata de caso isolado: em todas as unidades da federação o mesmo tem ocorrido.
A casa, que deveria ser local de descanso e refúgio, passou a ser um lugar perigoso para as mulheres onde a maioria dos feminicídios ocorre.
Não podemos admitir a naturalização da violência. É necessário o agir imediato e conjunto de Governo e Sociedade!
Implantar políticas públicas efetivas de Enfrentamento à Violência contra a Mulher além de garantir os direitos humanos das mulheres é, no mínimo, uma ação inteligente pois; segundo aponta a pesquisa PCSVDFMulher – Violência doméstica contra a mulher e o impacto no trabalho, realizado pela Universidade Federal do Ceará e o Instituto Maria da Penha em 2017, cerca de R$64 milhões são perdidos em razão de absenteísmo (faltas ao trabalho) causado pela violência doméstica contra as mulheres nas capitais nordestinas.
O Estudo deixa claro a importância do assunto para o desenvolvimento econômico do país.
Não existem soluções fáceis. Não existe remédio para acabar com a violência de gênero, mas se cada um fizer a sua parte a próxima geração colherá os frutos.
O presente artigo foi escrito e enviado por: Sílvia Rita Souza, Diretora Executiva da WDN Brasil
Redes Sociais: @wdnbrasil
Publicado por: Jaqueline