Foi por meio de uma farmácia com um desenho de um X em sua mão, que mais uma mulher-sul-mato-grossense conseguiu romper o ciclo da violência pelo qual vinha passando há mais de 5 anos. O caso aconteceu na quarta-feira (16.09), em um bairro da capital Campo Grande.
A vítima, que tinha conhecimento da campanha Sinal Vermelho lançada em junho deste ano, procurou a farmácia para pedir ajuda. O atendente acionou a Polícia Militar, que por meio de equipe do Programa Mulher Segura (PROMUSE), realizou todo o atendimento.
“O atendimento que a equipe ofertou a essa mulher demonstrou o quanto a denúncia é necessária, pois para a denunciante, foi o único meio que ela sentiu esperança em ser socorrida. Campanhas de incentivo, as quais abrem perspectivas de um socorro que por outros meios não seria possível (existem inúmeras situações desesperadoras para que não consigam pedir ajuda), demonstram o quão é importante pensadores da causa continuarem sempre e avante em campanhas que lancem padrões diversos de pedido de ajuda, onde mulheres vitimadas consigam sentir-se confortáveis, confiantes e seguras para a efetiva prática da denunciação. Sem queixa não temos meios de salvaguardar e empoderar mulheres em posição de violência”, explica a Sargento PM Gizele Guedes Viana.
A campanha Sinal Vermelho é uma iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e farmácias de todo o país. No Estado, é executada pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça.

Juíza Helena Alice Machado Coelho
Para a juíza Helena Alice Machado Coelho, que responde pela Coordenadoria, a campanha tem alcançado seu objetivo que é salvar as mulheres de situações de violência doméstica. “A importância dessa campanha está na amplitude dela, na simplicidade dela ao mesmo tempo, ela já teve um alcance de 8 milhões de pessoas de acordo com o relatório divulgado no final de agosto. É a maior campanha já realizada pelo CNJ e pela AMB quando a gente fala em violência doméstica e familiar entre a mulher. Uma campanha pensada para um período de pandemia, mas que vai permanecer mesmo após esse período que estamos mais em casa e no distanciamento social ”.
Ao todo mais de 40 mulheres foram salvas no país por meio do Sinal Vermelho, aqui no Estado 3 vítimas de violência doméstica tiveram coragem de denunciar. “MS igualou ao estado de São Paulo que é um estado muito maior. E nós temos mais atendimentos da Sinal Vermelho que o Rio de Janeiro. Eu acredito que o trabalho que a Coordenadoria da Mulher tem feito nesse sentido de dar amplitude e divulgação a essa campanha, a parceria do Governo do Estado foi fundamental para dar maior destaque, como por exemplo durante o Agosto Lilás. Trabalhar em parceria é uma necessidade e que colhemos os frutos. Quando unidos os poderes Judiciário, Executivo, Legislativo, com Ministério Público, Polícia Civil e Polícia Militar, todos juntos temos um alcance maior e conseguimos salvar vidas”, reforça a juíza Helena.

Secretário de Governo, Eduardo Riedel.
Para a Subsecretária Estadual de Políticas Públicas para Mulheres, Luciana Azambuja, toda a ação que visa o enfrentamento à violência contra a mulher deve ser realizada de forma transversal. “O Governo do Estado apoiou a campanha desde o seu lançamento, uma campanha que oferece uma estratégia silenciosa para a denúncia, pois sabemos que em tempos de pandemia, quando a convivência familiar está ampliada e quando o agressor está sempre por perto, iniciativas que visem disseminar a informação de como buscar ajuda são essenciais e sempre terão nosso apoio.”
“Nosso governo está atento a esta questão tão importante, que é o combate à violência contra a mulher, e continuaremos buscando novos mecanismos para coibir essa prática inaceitável”, completou o secretário de Estado de Governo, Eduardo Riedel.
Entenda – Para participar da campanha Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica, a vítima só precisa fazer um X vermelho na mão e, em uma das farmácias participantes, mostrar o sinal para o atendente. O profissional discretamente ligará para o 190 e chamará a polícia. A vítima será acolhida pela Polícia Militar e receberá o apoio da rede de proteção. O atendente ou farmacêutico não terá responsabilidade de figurar como testemunha da ocorrência, será apenas comunicante. Todas as farmácias e drogarias do país estão aptas a participar da campanha. Em MS, basta enviar o termo de adesão assinado e enviar para o e-mail coordenadoriadamulher@tjms.jus.br.
Publicado por: Jaqueline